sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sem ditar o fim

Este é o momento, sinto tanta vontade de ir, sinto que não me podes mais prender sem razão, que não podes chegar e pegar como se fosse sempre teu. Quero crescer, aprender a rir sem ti, quero ganhar asas sem as ter, quero sentir o que tu sempre sentiste.
Acabaram as lágrimas que eu ainda tinha, acabou a esperança do príncipe encantado, apareceu uma vontade de ser gente, de me amarrar a mim e não largar mais. Acabou as vontades, os segredos ou as verdades, acabou o bom e o mau, acabou a história que nunca teve fim, mas que acabou.
Hoje quero gostar de mim, posso? Contigo sinto-me roupa que se troca depois de usada e no meio de tanta troca sinto-me cada vez menos gente. Cansada dos outros que não valem nada, mas nem por isso se calam, de bocas sábias ou simplesmente idiotas que tendem a abrir os olhos da princesa apaixonada.
Que o narrador deste romance esqueça as exclamações, as interrogações, que não ouse colocar mais parágrafos, que morram as metáforas, desejos ou promessas, que se percam as reticencias e que se encontre um ponto final sem ditar o fim.
Hoje não quero sentir nada, quero ser só linha adormecida de uma história que ficou por contar!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sorrisos de noite eterna

Não existe palavra, não há explicação e dificilmente haverá um sentimento! Foi muito mais, do que eu esperava, do que eu merecia e do que eu sonhava. Foi o meu dia, foi o meu sorriso mais matreiro, foram os meus sorrisos por inteiro.
Senti medo, desconfiança, parecia que nas minhas costas tudo se formava e eu nem dava conta, gente magra, alta, baixa, gorda, gente perfeita, os melhores pais, família e os melhores amigos que eu já vi neste tempo.
Bastou tocar no interruptor a medo, bastou a luz aparecer nos meus olhos e vi um por um, todos os sorrisos que rodeavam o meu quarto que parecia tão pequeno para tanto amor. Fugi de medo, de riso, de emoção, fugi por ver em cada sorriso vontade de me fazer sorrir. Ouvi aplausos, ouvi risadas, ouvi palavras não ditas naqueles pequenos minutos, ouvi o meu coração que quase explodia de dentro de mim.
Rendi-me a cada olhar cintilante que me dizia sem falar “estou tão feliz por estar aqui”, estava encantada com a luz, a felicidade, estava presa a cada amigo que estava ou não estava, mas eu sentia ali o mundo inteiro a olhar para mim.
Não se mostra, não se guarda, partilha-se, agradece-se e quando um obrigado não é nada, damos o melhor sorriso e isso basta.
Noite mágica, noite única, perfeitos silêncios e autênticas gargalhadas, por segundos tive vontade de me abraçar àquela noite, àquela idade e àqueles amigos e não os largar nunca.
Senti-me tão mas tão pequena no meio de gente tão grande por dentro, no meio de gente que tem vida, que tem tempo e também tem falta dele e mesmo assim me sorriu a noite inteira e fez de mim a mais feliz!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Meu mais que tudo

Tão maior que tu, mesmo que a minha altura seja pequena, tão mais crescida, mesmo que o medidor não o diga, tão melhor, mesmo que para mim tu sejas perfeito.
Sinto-me tão bem, tão realizada e tão feliz, fui bom, fui paixão, fui amor, fui uso e desuso, fui lixo nas tuas mãos, fui tudo o que devia e que não devia ser.
Lembraste, fiz mil e um filmes, tive medos sem fim, caí como tonta, tive medo do escuro, confessei-te a vontade mais louca e o segredo mais profundo, fui tão tua meu amor.
Será que a idade permite ter outro amor tão ingénuo, tão aventureiro e tão descoberto aos nossos olhos? Será que é possível chorar por amor noites inteiras, duas vezes seguidas? Será que consigo ser tão menina, tão mulher e tão livre com alguém como fui contigo meu amor?
Ficas-me a dever uma conversa, a conversa em que não dirias nada, a conversa que eu iria chorar sem vergonha, que eu iria dizer tudo o que não te sei dizer, conversa que me deves à seis meses e vais dever sempre. Será que ainda há tempo para termos?
Escuta-me, as lágrimas estão a secar, a mágoa fica, mas a porta está a ficar mais pequenina, um dia não te vou deixar mais entrar. Não vais ter espaço, lugar ou direito de entrar, espantar, magoar e sair com o espectáculo a meio. Sou mais do que festa, animação ou repouso, sou gente, gente que te ama tanto, sou mais que tu, muito mais, sou mais que eu própria.
Meu amor, eu sou a força e a história do nosso amor e tu estás a perder-me!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Porquê?

Porquê? Porque tenho de ser boneca de trapos nas tuas mãos, porque me mentes e porque o meu choro é te indiferente? Porquê? Porque me deixas cair sem destino?
Há quem peça coisas, que se agarram, se usam, se gastam e deitam fora. Eu, queria ter a força, a coragem e a humildade para te perdoar, perdoar as ausências, as mentiras e os silêncios. Gostava de ser capaz de parar o mundo, correr até ti e dizer-te cada palavra que o meu amor não permite. Chamar-te nomes, nomes feios, mostrar-te em filme cada lágrima que me fizeste chorar, mostrar-te todas as minhas saudades e o quanto tu erraste sem sequer reparar que isso me ia magoar.
Chorei noites inteiras, noites eternas, chorei por ti, por mim, chorei por cada erro teu e perdoei-te mesmo sem eu querer. Entendi o que mais ninguém entende, perdoei o que dizem ser imperdoável, estive sozinha, perdida sem rumo e nem por um segundo encontrei a tua mão, passei por cima do amigo distante, do namorado sufocado, lutei por cada pedra, construi cada caminho, gritei, perdi, reconstrui e também quase desisti, mas nunca fiz de ti boneco, nem passou por mim vontade de te tirar o chão.
Ouvi conselhos, sermões, ouvi o que queria e o que não queria, mas não houve uma frase minha que não acabasse com “mas eu gosto dele”. Venha gente entendida ou desentendida, venhas tu frio ou quente, jamais farei de ti boneco, porque a vida e as pessoas são muito mais do que uma brincadeira de meninos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Odeio-te amor

Odeio-te, por cada palavra dita e gesto negado!
Destruíste o prazer, encheste os meus olhos de palavras e de desejos, quebraste-os por medo ou vontade antes mesmo de os realizar. Às vezes sonho em ter menos anos no meu B.I., em ser profundamente infantil e só gostar de ti porque o dia é bonito, certamente teria mais sorte, não passo de uma menina sem interesse porque te ama, porque o mostra todos os dias e luta por ti como louca.
Gostava que por magia um dia te faltasse a menina sem graça, gostava de ver o teu desespero ao perceberes que a tinhas perdido, sem saber onde andar ou por onde ir, rodeado de meninas que te querem, mas sem a menina que te quis mais do que o resto do mundo.
Olha-me nos olhos, olha-me de uma vez e diz me que eu não passo de nada, diz-me que só sorriste para mim por desespero, carência e vontade de ter alguém caído aos teus pés, diz-me que foste egoísta o maior de todos os egoístas e mais uma vez só pensaste em ti. Susurra-me ao ouvido que não tens saudades dos meus lábios, que não queres lembrar o meu corpo, diz que me mentiste e o fizeste por maldade, prazer e capricho.
Odeio-te, odeio-te por não acreditar nos teus medos, por os teus olhos dizerem que me querem, odeio-te porque acabaste com a pessoa que eu amo, porque trouxeste até mim alguém frio e distante que me nega e me afasta sem sentir um pingo de saudade em cada palavra.
Odeio-te por seres o meu primeiro amor, o meu maior amor, por seres o meu príncipe sem cavalo e por destruíres cada pedacinho do meu castelo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Amo-te tanto

Quadro pintado em frente aos meus olhos, correrias passadas, gritos aflitivos, esperanças perdidas e morte chegada. E no meio das cores escuras e choros tristes, estava ele, deitado sem poder dizer uma palavra, perdido no tempo e esquecido pela vida. Ela olhou-o, sentiu a impotência, a revolta e a injustiça num só segundo. Regressou ao passado 20 anos, correu junto dele como se as dores não lhe pesassem, como só o BI ditasse a sua idade, correu como louca sem destino, agarrou-o com força de mãe, abraçou-o, beijou-o como se ele pudesse retribuir cada beijo, amou-o como se aquele momento fosse eterno.
Desejou vezes sem conta beijá-lo só mais uma vez, desejou protege-lo por mais um segundo, prometeu-lhe ao ouvido voltar a ser mãe e ele filho.
Promessa comprida, desejo realizado!
"Há sempre um motivo para sorrires"

Ping Pong vivido

Não somos mais do que peças, pedaços do mundo à espera de serem encontrados. Um jogo sem partida e sem chegada, voltas e voltas sentidas mas sem sentido algum.
Dados lançados de olhos fechados, sorte vencida no meio do destino. Perigos saltados, paixões certeiras, gritos de socorro calados, ódios confundidos falados. Confusões escondidas, segredos descobertos, lágrimas felizes e sorrisos tristes, chão no céu e céu no chão, um jogo perdido no fim de ganho.
Paredes sem cor, sonhos acordados, desejos rompidos e beijos negados, amor encoberto entre jogos falhados.
Palavras concedidas, tréguas guardadas, esperanças ofendidas e fins ditados sem magoa. Guerras relembradas sem motivo, tragédias recuperadas sem poder, poder destruído no meio de poderosos.
Mundo estragado com culpados, mundo podre por mentalidades. Vencedores vencidos e vencidos vencedores, um mundo ao contrário sem sequer pestanejar.
Dias de nada, dias de tudo, de dia puro, de noite escuro!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Promessas de nada

Um dia tropecei no silêncio e tivemos uma conversa de gente, eu perdi-me sem palavras e ele confessou-me cada silêncio.
- De que vale uma promessa? (pergunto eu baixinho sem que ninguém perceba)
- Vale de pouco, de quase nada, promessas faladas, escritas ou marcadas, não valem nada. (Responde o silêncio)
- Então o que vale afinal? (pergunto eu a medo)
- O que vale? O que vale são as vozes que não se ouvem, é o amor que ninguém mais sente, o que vale são as promessas escritas no silêncio que ninguém conhece. (explica o silencio)
- Quando vou saber que o amor que sinto, ninguém mais sente?
- Nunca vais saber, nunca o vais entender. Vais sentir sem perceber ou sem querer, mas ele vai andar sempre juntinho a ti, contra todas as tuas verdades. Vai-te destruir, vai-te construir, vai fazer com que caias de um último andar, mas também te vai dar o céu.
- Eu não quero cair, tenho medo!
- Quando começares a cair, vais ganhar coragem para a próxima queda e sempre que estiveres no céu, vais te esquecer que podes cair.
- Promete-me que comigo vai ser diferente?
- Não posso, as minhas promessas não valem de nada quando são faladas!
- Posso-te contar um segredo?
- Podes, eu não o consigo contar a ninguém…
- Eu sinto esse amor sem querer, tropeço em cada verdade, fico sem ar a cada queda, caio sem parar como uma criança desajeitada. Mas quando estou no céu esqueço todas as armadilhas que aparecem no meu caminho e amo em segredo o amor.
-Amas em segredo sem ninguém ver, tens uma vontade que nasce dentro de ti e ultrapassa mundos, tens a força presa aos teus ossos que te levanta mesmo sem tu quereres. Choras noites de lua, porque te sentes sem luz.
Enchi-me de coragem e disse baixinho: - Promete-me, que vai valer a pena?
O silêncio olhou para mim, tocou no meu medo e disse: - Promete-me que nunca mais vais questionar se vale a pena!
- Porquê? Não vale?
- Porque no dia que não valer a pena, o amor vai ser engolido pelas promessas escritas e faladas. E eu que hoje sou a voz do amor, vou ser apenas mais um!
Desde esse dia, desde essa hora, eu acredito que tudo vale a pena!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Apetece-me

Apetece-me gritar risos sem motivo, rir horas sem razão ou vontade, rir por rir sem certezas. Tenho uma vontade de negar tudo o que é certo e amar-te como se não fosse errado. Calar gente que mal sabe o que dentro de nós se sente. Quero amar-te sem tempo, amarrar-me ao teu corpo sem hora, perder me nos perigos sem medo.
Apetece-me gritar, falar baixo, segredar ao teu ouvido, dizer-te tudo o que já disse e o que nunca direi, confessar-te incertezas e lembrar-te vontades. Sentir o teu peito, ouvir o teu coração, prender-me ao teu cheiro, sem feitiços ou enredos.
Apetece-me parar o tempo, parar a estrada e o mundo, estatuar as pessoas nos segundos. E nós conquistados pelo nosso amor, devorados pelas certezas e desprendidos de consequências, perdidos nesse tempo que vira nosso e nós viramos o tempo.
Apetece-me dizer que te amo, sem te assustar ou comprometer. Mais que nunca tenho vontade de dizer que te quero sem autorização ou data marcada, porque eu quero-te hoje, quero-te agora, quero-te como nunca quis e como quis todos os dias, com ou sem papel, com ou sem certezas.
Apetece-me sem motivos e por todos os motivos, por tudo o que é conhecido e por tudo aquilo que ninguém conhece, por tudo o que ninguém sente e que nós tocamos sem sequer pensar.
Por todas as palavras caladas e por todos os sorrisos sem riso, apetece-me parar o tempo e ficar contigo!